Passeio cultural
sobre o Rio de Janeiro
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Roteiro 1: Origem da cidade do Rio de Janeiro

Nossas razões

Quando apresentamos o projeto CAMINHOS DO RIO para avaliação do Conselho Nacional de Cultura, procuramos transmitir a importância da descoberta da cidade e de seu patrimônio cultural. Transcrevemos, abaixo, o texto apresentado ao MinC, para compartilhar com você nossa preocupação e proposta.

Nossa cidade é preservada? O cidadão comum sabe valorizar seu bairro? Os cariocas conhecem a história do Rio? Os estudantes das classes mais pobres já ouviram falar em Paço Imperial? Já puderam admirar a talha barroca de uma Igreja colonial? Por acaso alguém lhes mostrou uma construção neoclássica? As crianças sabem enxergar a beleza do Patrimônio Histórico presente nos espaços urbanos? Conseguem perceber as imensas lajes de granito que ainda restam em antigas calçadas do Centro? Sabem relacionar as construções antigas com a história da cidade?

Nossa história está presente nas edificações e logradouros da cidade. Se não soubermos transmitir a importância desse legado às novas gerações, não haverá mais referências do passado sobre o solo urbano. Nada terá valor ou significado. Tudo que for sendo construído na cidade continuará sendo destruído para dar lugar ao novo. Os espaços públicos urbanos, inclusive, continuarão sendo depredados pela própria população. O pensamento crítico dos moradores da cidade e dos gestores públicos nunca se importará com a preservação das edificações históricas ou com a conservação das ruas, enquanto não houver um sentimento de pertença e de amor à cidade por parte de seus habitantes.

O projeto CAMINHOS DO RIO, precursor no Brasil como prática cultural sobre o espaço urbano para estudantes do ensino fundamental, poderia justificar-se por sua própria dinâmica. Construído ao longo de muitos anos, por meio de experiências realizadas junto a diferentes instituições de ensino particulares, possui nove roteiros sobre a cidade, cuja lógica é a própria evolução urbana do Rio.

Além do ideal de fortalecimento e continuidade do projeto CAMINHOS DO RIO, uma importante justificativa para a realização desta proposta sobrepõe-se a qualquer outra: a urgência de iniciativas que promovam o reconhecimento do valor histórico e cultural do antigo Centro do Rio. Em processo progressivo de decadência urbana há mais de 30 anos, o antigo Centro carioca tem na valorização de sua História uma boa chance de promover à população o sentimento de preservação dos espaços públicos e, quem sabe, de resgate da beleza dos tempos de outrora.

O projeto CAMINHOS DO RIO irá certamente somar-se a muitas iniciativas que almejam valorizar o velho casario do Centro do Rio. Neste caso, através do projeto, milhares de estudantes beneficiados, surpreendidos pela arquitetura, pela arte sacra e pelo urbanismo do “Rio Antigo”, que nunca ninguém lhes soube revelar, poderão tornar-se apaixonados pelo Patrimônio Histórico, passando a multiplicar espontaneamente o valor da preservação e do cuidado pelo bem cultural. Com a prática dos passeios, os participantes serão multiplicadores da ideia da preservação da cidade, repetindo e aprimorando a experiência do projeto em suas comunidades e escolas, com sua própria maneira, olhar e linguagem.

Assim, mais do que promover a cultura através de espetáculos cinematográficos ou teatrais, nossa proposta quer movimentar corações e pensamentos através da experiência sensorial e concreta da caminhada, do passeio do olhar – da reflexão intelectual e crítica sobre o patrimônio edificado da cidade que a todos pertence.