Passeio cultural
sobre o Rio de Janeiro
para estudantes

ATIVIDADES DA ESCOLA AQUI!

Roteiro 1: Origem da cidade do Rio de Janeiro

Locais do passeio

Apresentam-se, a seguir, informações e imagens sobre os locais do passeio cultural CAMINHOS DO RIO: Origem da cidade do Rio de Janeiro. A publicação oferecida gratuitamente pelo projeto aos professores e estudantes conterá atividades e textos sobre os locais relacionados abaixo.

Arco do Teles

Arco do Teles, quer dizer: arco do casarão de uma família do período colonial, riquíssima, chamada Teles. O casarão foi construído por volta de 1750, pelo mesmo engenheiro Alpoim que projetou para o Conde de Bobadela, em 1743, a Casa dos Governadores.

Em 1790, o imenso imóvel quase desapareceu por completo por causa de um incêndio que destruiu muitos documentos. O casarão abrigava, desde 1757, o Senado da Câmara. E sob o arco que resistiu às chamas, as histórias não foram felizes. Dizem que abrigava mendigos e leprosos, ladrões e mulheres sem amparo… Tombado pelo MinC, hoje é uma rara referência do Rio colonial.

Chafariz do Mestre Valentim

Em 1747, o governador Conde de Bobadela colocou, no meio do antigo Largo do Carmo, um elegante chafariz importado de Lisboa. A água era a do Rio Carioca, que trouxera por um cano de pedra, do Largo da Carioca, onde havia o primeiro chafariz da cidade. Em 1779, o vice-rei Luis de Vasconcelos mandou levantar um cais de pedra no limite do antigo largo, com três escadas para o mar e uma rampa. Em 1789, deslocaram o antigo chafariz do Bobalela, do centro da praça para a beira do mar.

Destinado principalmente a abastecer as embarcações, o chafariz foi reformado por completo, sob o risco do Mestre Valentim. Tornou-se outro! Feito com cantaria de gnaisse, contrastando com o mármore da balaustrada superior, possuía dois tanques laterais com as bicas de água. Presente na iconografia carioca, é uma importante referência da história de nossa cidade. A água? Vinha do Rio carioca!

Igreja da Ordem Terceira de N. S. do Monte do Carmo

Construída por devotos de Nossa Senhora do Carmo, reunidos em irmandade em 1648, a Igreja tem sua origem na Capela da Paixão de Cristo, primeira capela dos irmãos terceiros, construída de 1661 a 1669, ainda dentro do convento. Em 16/07/1755, dia de Nossa Senhora do Carmo, os irmãos lançaram a pedra fundamental do novo templo, em terreno vizinho ao da Igreja do Convento do Carmo. A construção, que ainda não sofreu qualquer obra de restauro de grande porte, guarda a fina beleza da expressão de sua antiguidade, sendo seu mais precioso tesouro as obras de arte deixadas pelo Mestre Valentim. Artista carioca, filho de escrava, Valentim realizou, entre 1772 e 1800, trabalhos decorativos de madeira, prata e pedra, com riqueza de detalhes de refinada composição e bom gosto. 

Na igreja, a beleza do frontal de prata da mesa do altar-mor é supreendente. A rara e talvez única imagem de Santa Emereciana no mundo, bisavó de Jesus, dehistória ainda desconhecida, é muito especial. A Capela do Noviciado, criada pelo Mestre, é considerada um dos melhores exemplos da arte rococó no Brasil.

Igreja da Santa Cruz dos Militares

O nome já diz! É uma igreja construída por militares. Começou numa capelinha erguida, em 1628, sobre as ruínas de um fortim. A igreja foi construída entre 1780 e 1810. A fachada adotou um projeto muito parecido com o da Igreja de Gesù, em Roma, que se inspirava na arquitetura da antiguidade! Colunas jônicas e dóricas e linhas de pura racionalidade demarcam a composição desse plano principal. O interior da igreja? Ele foi decorado com talhas do Mestre Valentim, recebendo, depois, obras de um outro artista da época. Em 1924, houve uma fatalidade! Um incêndio transformou em cinzas o altar-mor criado pelo Mestre!

Como recuperar a verdade da obra de arte destruída? Refizeram o altar-mor em argamassa, copiando as talhas extintas. A autenticidade da obra de arte do Mestre, contudo, desapareceu para sempre… Sumiu a aura do trabalho verdadeiro do artista…

Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores

Um pequeno oratório deu origem à devoção de Nossa Senhora da Lapa nessa região da cidade. Rezava-se o terço todas as noites. O culto pertencia aos mascates e comerciantes pobres. Inspirados na tradição do local, alguns comerciantes resolveram formar a Irmandade de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, instituída em junho de 1747. A irmandade construiu a igreja entre 1747 e 1771, junto à Praia do Peixe, perto da Rua Direita e do antigo cais da cidade. As reformas da igreja no século XIX prolongaram-se até 1872. Entre outros trabalhos desse período, encontram-se o frontão neoclássico, o medalhão e as imagens de dois santos na fachada, a ornamentação do teto da nave principal e a abertura das tribunas da capela-mor, assim como a construção dos púlpitos junto ao arco cruzeiro.

De pequena dimensão, com nave elíptica, repleta de ornatos, ela é uma pérola da arquitetura colonial do Rio, servindo especialmente para o ensino religioso das crianças. A história da bala de canhão, que demoliu a torre da igreja, em 1893, derrubando uma estátua, lá do alto no chão, é fantástica. A bala e a estátua estão na igreja. A estatua, que simboliza a religião, perdeu apenas um dedo da mão.

Igreja de N. S. de Monserrate do Mosteiro de São Bento

Do alto do Morro do Castelo, via-se, ao longe, um outro morro à beira do mar. Era o morro de São Bento, onde os monges, devotos do santo, ergueram seu mosteiro com uma linda igreja. As obras começaram em 1633 e as primeiras talhas decorativas do interior da igreja datam de 1717 a 1742. Foram anos de muita dedicação e arte. O resultado é esplendoroso. Talhas em madeira, com expressão artística de grande exuberância, revestem o interior de toda a igreja.

Preservados até os dias de hoje, o Mosteiro de São Bento e sua igreja representam o maior patrimônio artístico e arquitetônico do Rio do século XVIII e um dos mais belos exemplos da arte barroca no Brasil! A igreja? Ela foi consagrada a Nossa Senhora de Monserrate e é repleta de anjinhos!

Igreja de Nossa Senhora do Carmo - Antiga Sé

Por volta de 1590, frades carmelitas instalaram-se numa capelinha, a beira do mar, dedicada à Nossa Senhora do Ó. Em 1619, eles começaram a construir seu Convento dedicado a Nossa Senhora do Carmo. Com o passar dos anos, formou-se um largo na frente do convento, que hoje conhecemos por Praça XV de Novembro. Foram os carmelitas os primeiros residentes desse lugar. Em 1761, eles iniciaram a construção da igreja que, a partir de 1808, com a chegada da corte portuguesa, foi elevada à condição de Capela Real, tornando-se, em 1822, Capela Imperial. Centro do poder político e religioso durante o século XIX, sediou celebra­ções de grande destaque, como a coroação de Dom João VI e dos imperadores do Brasil. Em 1857, foi demolida uma parte da construção, separando a Igreja do antigo convento.

Durante o governo do Cardeal Arcoverde (1897-1930), a igreja sofreu uma grande reforma que descaracterizou sua fachada original. Foi Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro até 1976 e é conhecida como Antiga Sé. Apresenta talhas originais do final do século XVIII, em estilo rococó, de grande esplendor.

Ladeira da Misericórdia e Igreja de N. S. de Bonsucesso

A Ladeira da Misericórdia foi o pedacinho que sobrou do Morro do Castelo, onde nossa cidade começou a nascer. O mar ficava ao lado. Próximo ao mar e à ladeira, havia a Capela da Misericórdia, que foi construída junto com o primeiro hospital do Rio – a Santa Casa da Misericórdia. Em 1780, ergueram a Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso no lugar da antiga capela. O Morro do Castelo? Marco zero do crescimento do Rio, foi demolido.

A igreja e a ladeira sobreviveram até hoje. Misericórdia! Devemos preservar as referências urbanas da nossa história! A ladeira foi a primeira rua do Rio e carece de conservação há anos! A igreja? Ela guarda um tesouro: obras de arte sacra do século XVII , da antiga igreja dos jesuítas, demolida com o Morro do Castelo… Restou a lembrança e a intenção de valorizar o que ali existiu.

Paço Imperial

Este é o palácio mais antigo do Rio. Ele foi construído originalmente pelo Conde de Bobadela em 1743. Em 1808 foi moradia e sede de governo de Dom João, Príncipe Regente, que virou rei do Brasil e de todo o império português ao mesmo tempo!

O prédio serviu também ao filho e ao neto do rei, Pedro I e Pedro II, imperadores do Brasil. Entre os acontecimentos que se realizaram nesse palácio, destaca-se o feito do dia 13 de maio de 1888, quando a Princesa Isabel assinou, finalmente, a Lei Áurea. Hoje, o casarão histórico é um centro cultural. Seu nome homenageia a última função que exerceu como sede do governo do Brasil, antes da Proclamação da República. Chama-se Paço Imperial.